A frequência dos eventos climáticos extremos vem crescendo de forma acelerada no Brasil e no mundo. Apenas em 2024, houveram 10 eventos climáticos extremos no Brasil. De acordo com estudo da UNIFESP, os eventos climáticos concentram-se especialmente nas regiões Sul e Sudeste, sendo as enchentes do Rio Grande do Sul o caso recente de maior notoriedade.
Impactos ambientais e socioeconômicos
Os impactos vão além do desastre ambiental. À medida que a frequência e a severidade aumentam, os efeitos socioeconômicos tornam-se exponenciais. Segundo a ONS, eventos climáticos responderam por 43% dos desligamentos em linhas de transmissão entre 2014 e 2023. Diante desse quadro, é imperativa a ampliação dos investimentos em planejamento das redes elétricas e em pesquisa meteorológica aplicada.
Consequências para o setor elétrico
No setor elétrico, os eventos extremos geram perdas técnicas, degradam os níveis de qualidade do produto e do serviço e podem, em situações críticas, interromper o fornecimento. Na região Sul, por exemplo, um ciclone extratropical no dia 29 de agosto de 2025, deixou mais de 340 mil pessoas sem energia, inclusive em áreas que haviam passado por recente recomposição do sistema. Em Santa Catarina, a Celesc executou mais de 60 frentes de campo, com substituição ou reinstalação de mais de 200 postes nas áreas afetadas pelas enchentes de 2024.
Resiliência como prioridade no planejamento das redes
A resiliência das redes elétricas, portanto, tornou-se tema central. Os eventos do último ano evidenciam a necessidade de estudos de planejamento e operação orientados à mitigação de impactos para a população e à proteção dos investimentos das concessionárias. Nesse contexto, o estudo realizado pela Sinapsis, em parceria com a Climatempo, foca na capacidade de absorção e recuperação diante de eventos extremos e em como isso afeta o tempo de interrupção do serviço. A iniciativa identifica, promove e avalia opções de melhoria no planejamento e na operação das redes por meio de modelos de regressão e cruzamento de bases endógenas e exógenas, entregando insumos práticos para decisões de investimento e operação.
Preparando-se para o futuro climático do setor elétrico
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